quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Que Esperar da Economia em 2012?


Vivemos em 2011 um ambiente macroeconômico intenso e incerto decorrente dos acontecimentos econômicos que em nada se assemelham com as opiniões traçadas pelos especialistas da área em 2010.

Os exemplos da crise européia e da incompetência americana de não reverter o empobrecimento da população pelo 3º ano consecutivo, deverão se manter com o possível agravamento da crise econômica mundial. Neste ambiente, o Brasil continuará se esforçando para manter o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em níveis saudáveis sem pressionar a inflação. Em 2012, os investidores e empresários devem agir com cautela, preparando-se para um período de incertezas que pode se alongar.

O Brasil, porém vive um momento singular com diversas alternativas atenuar os efeitos da crise na economia local. Com uma política declarada de proteção e com a necessidade inclusive de declinar lentamente a taxa interna de juros, o Brasil é apontado agora como um dos mais promissores países para investimento a partir do segundo semestre de 2012.

O PIB brasileiro tende a se manter em torno de 3,5%, mesmo com incentivos governamentais pró-crescimento como o aumento do salário mínimo e a redução de tributos de alguns setores produtivos (IPI da linha branca, PIS de setores alimentícios).

A produção industrial brasileira deve seguir a mesma tendência do PIB, com um crescimento estimado na casa de 3,5%, porém as deficiências que tanto afetam o setor industrial brasileiro agravarão ainda mais a competitividade industrial interna frente aos produtos importados, dado um cenário macroeconômico não tão atraente como nos anos anteriores.

Com o possível agravamento da crise européia, o dólar tende a se depreciar, para algo em torno de R$ 1,70 em 2012. A apreciação demasiada do real prejudica diretamente a demanda para itens produzidos no Brasil com a queda das exportações e do consumo interno. Por isso, o setor industrial brasileiro tende a andar de lado em 2012.

O superávit da balança comercial brasileira deve cair para a casa dos R$ 17 bilhões anuais. O governo não indica que efetuará mudanças radicais em seu nível de gastos, levando a crer que a dívida do setor público se manterá em torno de 40% da dívida total da União.

A taxa Selic hoje em 11% deve atingir 9,75% ao ano, com o Banco Central trabalhando para manter o aquecimento da economia e trazer a inflação para o centro da meta. Entretanto, o spread bancário deve continuar alto, ao não repassar ao consumidor o total da redução dos juros. O IPCA deve se estabelecer em torno de 5,5% em 2012, sendo afetado pelo desaquecimento da economia mundial.

O fato da taxa Selic (juros médios praticados pelo mercado) manter-se baixa, o crédito no bolso do trabalhador tende a ser maior já no segundo trimestre de 2012, e desta forma, estimular o crescimento e fortalecimento econômico no decorrer do segundo semestre.

Dado o ambiente de incerteza econômica, o mercado de ações continuará apresentando altíssimo risco quando ponderado pelo seu retorno esperado, fazendo com que a renda fixa ainda seja a melhor alternativa de investimento.

2012 será um ano de incertezas, no qual viveremos à mercê da evolução da crise econômica européia e de seus efeitos diretos nas economias emergentes. A tomada de decisão de longo prazo para empresários ficará comprometida e deverá ser baseada em projeções que contemplem diversos cenários, já que toda e qualquer previsão será diretamente afetada por fatores externos. Cautela será a palavra-chave.

Vanderlei Corral
04/01/2012
34-9198.5957

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