terça-feira, 29 de novembro de 2011

OCDE considera possível uma grande depressão na zona do euro

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) considerou nesta segunda-feira que o risco de moratória pelo nível das dívidas soberanas ameaça com uma grande depressão os países da zona do euro. Em análise, a entidade afirmou que a recuperação econômica mundial está perdendo força, deixando a zona do euro em uma leve recessão e os Estados Unidos em risco de seguir o mesmo caminho.
A ameaça de recessões ainda mais devastadoras existe se a zona do euro não conseguir controlar sua crise de dívida e se os parlamentares dos EUA não puderem acertar um plano de redução de gastos estatais, advertiu a OCDE. Seu relatório semestral Perspectiva Econômica previu que o crescimento mundial desacelerará para 3,4% em 2012, contra 3,8% neste ano.
Isso marca uma forte queda em relação ao cenário projetado em maio, quando a OCDE estimava expansão de 4,2% neste ano e 4,6% em 2012. Em dificuldade para conter uma crise de dívida sem precedentes, a zona do euro já entrou em uma recessão e crescerá apenas 0,2% em 2012, disse a OCDE, cortando a previsão anterior de 2%.
Entenda
No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais. Mas o estímulo não foi suficiente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.
A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com a luz amarela acesa, as economias de outros países da região foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica. No entanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região já atingem grandes economias, como Itália (120% do PIB) e Espanha.
Um fundo de ajuda foi criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE), com influência da Alemanha, país da região com maior solidez econômica. Contudo, para ter acesso aos pacotes de resgates, as nações precisam se adaptar a rígidas condições impostas pelo FMI. A Grécia foi a primeira a aceitar e viu manifestações contra os cortes de empregos públicos, programas sociais e aumentos de impostos.
Com informações da Reuters.
Extraido de Terra Economia por Vanderlei Corral
29/11/2011
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário